De 2004 a 2014, a balança comercial entre o Brasil e a Índia cresceu de 400 milhões de dólares para quase 11 bilhões, chegando a 12 bilhões em 2018. Esse crescimento surpreendente é consequência de uma série de políticas de incentivo entre os dois países, que fizeram o empresariado indiano abrir os olhos para o mercado brasileiro, e vice-versa.
As empresas indianas identificaram as vantagens do amplo mercado consumidor brasileiro que se tornou mais atrativo em virtude do crescimento da classe média, resultado da redução do nível de desigualdade do país. Além da economia diversificada, o Brasil dispõe de abundantes recursos naturais, atraindo multinacionais nas áreas de agricultura, energia, biocombustíveis e automobilísticos, por exemplo.
A Índia tem realizado investimentos bilionários na rede brasileira de eletricidade. Em um leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica de linhas de transmissão (ANEEL), em 2017, várias empresas indianas tiveram importante participação, com o destaque da Sterlite Power, que arrematou oito linhas de transmissão, totalizando de um investimento de cerca de 2,7 bilhões de reais. O Brasil apresenta não só oportunidades de investimento, como uma estrutura regulatória na área de energia que atrai o investidor estrangeiro.
No setor de Tecnologia da Informação, destacam-se a Wipro, a Infosys e a Tata Consultancy Services (TCS) — do Grupo Tata. Como um dos polos tecnológicos referenciais do mundo, os indianos têm realizado fortes investimentos na área e possuem, além de uma mão-de-obra bastante qualificada, todo o know-how para o desenvolvimento de novos produtos e serviços.
O Grupo Tata é um dos maiores grupos empresariais do mundo e o maior da Índia com importantes investimentos também no setor automobilístico. À exemplo, é possível citar a aquisição da Jaguar Land Rover em 2008 que resultou na inauguração de uma das fábricas da marca em Itatiaia (RJ) em 2016. Ainda no que se refere ao setor automobilístico, a fabricante de peças de carro, PCL, realizou um investimento de US$ 30 milhões no Brasil, equivalente a R$ 96 milhões, para erguer sua primeira fábrica nas Américas. A Índia também está presente vendendo carros e tratores através da Mahindra & Mahindra, e motos, com a Royal Enfeild.
A partir da perspectiva apresentada, pode-se notar o grande interesse da Índia na aproximação comercial com o Brasil, que tem muito a se beneficiar, tanto pela geração de empregos, como também devido aos avanços tecnológicos trazidos por tais empresas.
Para saber sobre mais empresas indianas que estão presentes no Brasil, acesse: https://www.indiabrazilchamber.org/associados-e-parceiros
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Este é um post em parceria com o BRICS Observer, organização estudantil sem fins lucrativos destinada à pesquisa, análise e propagação de conhecimento relativos ao BRICS sob uma perspectiva brasileira.
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Fontes: